Essa parábola de Jesus é muito conhecida, que conta a história de um jovem que decide seguir seus caminhos, seguir seu próprio coração, conhecer o mundo e viver sua vida. Jesus era mestre em contar histórias repletas de elementos, sempre tentando ensinar algo novo e com elementos visuais, recurso que hoje comprovamos ser o melhor para assimilação do conhecimento. todos se encantavam com ele por sua habilidade em cativar, sua autoridade, a parábola que interpretaremos é fascinante, reflita comigo e com certeza você também se encantará com a complexidade e ao mesmo tempo simplicidade dessa narrativa feito por Jesus Cristo.
Falar de Juventude é bom demais, ser jovem é bom demais, a energia, o desejo de conquistar o mundo, sentimento de estar sempre certo, donos da razão e do próprio nariz. me lembro (sim eu me lembro não sou tão velho assim.. rs) que quanto tinha 18 anos falava que aos 30 anos estaria rico e com 40 aposentado... como me enganei... já estou com 35 anos e ainda nem de longe me vejo parando de trabalhar por estabilidade e a bem da verdade to correndo igual um louco atrás de condições para me manter e poder constituir família. Estou vivendo pela misericórdia de Deus.
E disse: Um certo homem tinha dois filhos;
E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda.
E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades.
E foi, e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos, a apascentar porcos.
E desejava encher o seu estômago com as bolotas que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada. Lucas 15, 11-16
Vemos um jovem obstinado (teimoso) no verso 12: “Vou fazer do meu jeito.”
Dá minha parte da herança, o que significava isso? Significava que para aquele jovem seu pai já estava morto, não se pede herança para alguém ainda vivo. Talvez o pai o tenha tentado persuadir em sua decisão, fazer-lo repensar, avaliar os prós e contras porem não mudou em nada sua decisão. Ele queria mesmo seguir seu próprio caminho.
Seu pai poderia ter exercido sua autoridade e não ter permitido que seu filho seguisse aquele caminho, e não estaria de modo algum errado, porem seu filho ficaria e seu coração não estaria ali, seria incompleto, seu coração estaria sempre pensando no mundo e tudo que Ele poderia viver Lá fora. E o pai sabiamente o deixa partir com a herança e seus sonhos, deixando para trás um pai aflito e triste por ter perdido seu filho talvez para sempre.
Aquele jovem demonstrou grande egoísmo, vemos no verso 13 em que ele guarda tudo e parte sem olhar para trás, buscando uma terra distante, deixando todas as responsabilidades sobre os ombros de seu irmão e pai. Os laços foram cortados, ele não queria contato com os seus, ele não queria vê-los mais, o mais distante ele pudesse estar melhor seria em seu coração, afastar de si os sentimentos de remorso ou tristeza que o tentassem desviar de suas escolhas.
Entregou-se aos desejos do seu coração, vivendo uma vida de sensualidade, prazer, luxúria, uma vida profundamente dissoluta, aos olhos humanos talvez nada de errado, ter prazer, aproveitar a vida, curtir os momentos, porem tudo tem um preço, todas essas coisas levam a conseqüências. A palavra de Deus nos diz no verso 13 que ele gastou toda sua herança com bebidas, mulheres, festas, festas e mais festas. Gastou tudo, desperdiçou cada moeda, perdeu tudo.
Não tendo mais dinheiro, começaram a surgir os problemas essenciais, suas necessidades básicas não estavam mais sendo atingidas: comida, abrigo, roupas. Coisas necessárias para sua sobrevivência já não mais existiam em sua vida. Sua moral estava destruída, despedaçada, aqui se inicia também a destruição espiritual, sua alma não se alegrava mais, não havia mais como se alegrar em festas e bebidas, precisava trabalhar para buscar seu sustento, para piorar a situação houve uma grande fome na região faltavam muitas coisas para muitos e ele estava no meio de tudo isso.
Humilhado, buscou emprego e o único que conseguiu foi para apascentar porcos, emprego humilhante para a época e provavelmente ganhava-se muito pouco por essa atividade, ele se humilhou para comer a tal ponto de desejar comer a lavagem dos porcos e não poder comer. Fundo do poço, fim da linha, talvez seu destino final fosse mendigar pelas ruas da cidade, se entregando a sua situação totalmente ou o suicídio o que seria ainda mais trágico.
Porem algo mudou....
E, tornando em si, disse: Quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti;
Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus jornaleiros.
E, levantando-se, foi para seu pai; e, quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e perante ti, e já não sou digno de ser chamado teu filho.
Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa; e vesti-lho, e ponde-lhe um anel na mão, e alparcas nos pés;
E trazei o bezerro cevado, e matai-o; e comamos, e alegremo-nos;
Porque este meu filho estava morto, e reviveu, tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a alegrar-se.
Esse jovem reconheceu que sua vida anterior não era ruim, tinha comida, abrigo, boas roupas, amor familiar. Percebeu o quanto seu pai era justo e compassivo e como tratava até mesmo seus funcionários, no verso 17 vemos que seu pai tratava seus empregados com amor e respeito e pagava salários dignos.
Percebendo seu grande erro, decide voltar para casa de seu, levantar-se e ir, pedindo para que se seu pai o tratasse como um de seus empregados, não merecia ser tratado como filho, humilhar-se-ia e pediria outra chance a seu pai, não como filho, mas sim como empregado.
Vemos no verso 19 que ele se arrependeu e dizendo isso para si mesmo se viu fazendo isso junto a seu pai (quantas vezes não fazemos isso? imaginamos uma cena de como será nossa reação diante de uma situação que exigirá uma ação nossa, encenamos em nossas cabeças e imaginamos como será) Estava tudo pronto para ele voltar, já sabia o que dizer. Com o coração quebrado, seus sonhos desfeitos, seus erros em sua face e a difícil missão de admitir seu grande erro diante de seu pai.
Vai chegando a sua casa, caminhar pesado de quem carrega um grande peso em suas costas, peso do erro e da vergonha, avistar o local onde fora tratado como filho, onde crescera sob a proteção de seus pais, onde havia brincado com seu irmão, tantas coisas em sua mente, tantas lembranças. Porem algo surpreendente acontece, seu pai o avista ao longe, percebe a distância pela forma do corpo e altura seu filho vindo, com uma pequena bolsa nas costas e caminhando lentamente. Neste instante seu pai dispara de encontro ao seu filho e o abraça e beija, pede aos empregados roupas novas para seu filho, sim, tudo se fez novo, seu filho que havia se perdido estava de volta, arrependido de suas falhas, reconhecendo seus erros, entendendo que não havia como ficar longe de seu pai. As roupas novas representam purificação, a festa preparada significando regozijo no retorno de seu filho derrotado pelo mundo. O anel no dedo representando a aliança que existe entre o Pai e o Seu filho. Aquele pai não estava preocupado com tudo que havia acontecido, não estava buscando respostas e nem desculpas, ele sabia que agora seu filho estaria com ele de coração quebrantado, com as marcas do passado que quase o destruiu por completo. Sabia que agora não perderia mais seu filho e isso com certeza é motivo de festa para qualquer pai.
Entenda querido, que Deus é esse Pai amoroso, que recebe seus filhos de volta com amor, ele não quer que ninguém se perca, todo ser humano quer ver os que amam protegidos, cuidados, e isso não é diferente para o nosso Pai que esta no céu, Deus o recebe de volta, sujo, capengando, despedaçado, destruído por toda tipo de maldade reinante nesse mundo e te dá vestes novas, proteção, amor, e a certeza da nova aliança que foi feita através de seu filho Jesus Cristo que morreu por nossos pecados. Tenha a certeza querido, Deus o quer com Ele e não vai desistir de você e por mais que você o esteja rejeitando ele jamais o rejeitará.
(Texto feito com base em uma mensagem minha dada na Igreja Batista Itaquari – 31-10-2010)
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